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Matilde Dincã

Elizabeth Holmes e Theranos: a queda de uma jovem brilhante e da sua empresa inovadora

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06 Outubro 2021

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E

lizabeth Holmes, uma jovem empresária norte americana de sucesso, que chegou a ser comparada a Steve Jobs e Bill Gates, criou uma das mais valiosas empresas de Silicon Valley, a

Theranos, cujo valor ultrapassou os nove mil milhões de dólares.

Com uma empresa de sucesso e uma imagem que a pintava com a próxima grande estrela de Palo Alto, afinal qual a razão para a queda da empresária e da sua empresa que chegou a ter como investidor o magnata Rupert Murdoch e como membro da administração da Theranos, George Schultz, o ex-secretário de estado dos EUA?  

Com uma incrível história de ascensão ao mundo dos “génios” de Silicon Valley, não se esperava que Holmes tivesse um desfecho como este: a mais nova “self made billionaire” enfrenta, atualmente, acusações de fraude por mentir e enganar, durante anos,  investidores e pacientes.

Quando, aos 19 anos, Elizabeth desistiu da universidade de Stanford na California com o desejo de criar um mundo “where no one needs to say goodbye too soon”, os seus sonhos e ambições pareciam não encontrar obstáculos.

A Theranos, combinação de Therapy com Diagnosis, prometia revolucionar o mundo das análises laboratoriais, alegando conseguir analisar o sangue dos seus pacientes com apenas algumas gotas de sangue extraídas de uma picada no dedo.

Assim, a Theranos, através de um aparelho chamado Edison, que Elizabeth sonhava haver em casa de cada americano, prometia eliminar os tempos de espera dos resultados laboratoriais (o Edison daria os resultados aos pacientes sobre os níveis das diferentes substâncias do sangue em poucas horas). Eliminar-se-iam também as agulhas, ainda hoje necessárias à recolha de sangue e um medo para muitos, incluindo Elizabeth.

Contudo, o Edison, apresentava falhas sucessivas e as promessas de Elizabeth a investidores e empresas com quem a Theranos tinha parcerias, incluindo a Wallgreens, a segunda maior empresa de farmácias do país, e a Safeway, uma rede de supermercados americana, pareciam estar cada vez mais longe de serem cumpridas.

Tyler Schultz, neto de George Schultz, foi um dos trabalhadores que apresentou as suas preocupações relativamente ao produto da empresa, que sempre foram desvalorizadas por Elizabeth, e foi ele quem, após a queda do ícone de Silicon Valley se tornou num dos maiores whistleblowers do esquema de corrupção levados acabo por Holmes e Ramesh (Sunny) Balwani, COO da empresa e, na altura, parceiro de Holmes.  

Tyler relatou o ambiente de segregação dentro das instalações da Theranos, uma vez que as equipas eram desencorajadas a comunicar entre si e qualquer comunicado entre colaboradores deveria ser reportado a Balwani. Para além disso, todos os trabalhadores tinham de assinar contratos de confidencialidade e todas as comunicações nos computadores da empresa eram vigiados, isto porque Balwani e Holmes não permitiam fugas de informação. 

O desfecho da incrível ascensão da Theranos deveu-se ao Wall Street Journal, quando publicou uma série de artigos que denunciavam a má conduta de Holmes e Balwani e as incoerências entre os resultados dados pelo Edison e os resultados, ao mesmo sangue, dados por laboratórios convencionais.

Elizabeth, cujo julgamento se iniciou na semana passada, enfrenta duas décadas na prisão. O julgamento de Balwani está marcado para meados do próximo ano.

Ao que diversos jornais americanos apuraram, a estratégia dos advogados de Elizabeth passa por incriminar Balwani, afirmando que foi o ex-COO quem levou a cabo os esquemas de intriga corporativa e quem também se aproveitou de Holmes (Holmes tem atualmente 37 anos, Balwani tem 56).

Conseguirá a jovem prodígio de Stanford livrar-se das acusações que lhe são feitas ou será a Theranos a próxima grande fraude da história dos EUA?

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